quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu vou de Mudança

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Pessoas, o título desse “post” é bem sugestivo, mas a mudança da qual estou me referindo não é uma mudança política ou sequer outro tipo de mudança corriqueira. O que quero expor aqui é a minha adesão incondicional ao “bloco” Mudança do Garcia. Pois bem, esse bloco foi criado há anos aqui na cidade de Salvador, e tem como objetivo único as mais diversas formas de protesto. Sem sombra de dúvida foi o ambiente mais democrático e pacífico que já presenciei. Lá há pessoas protestando contra tudo e contra todos, é o que posso chamar de “Sucursal do Nada Presta”. O que vale lá é simplesmente protestar. Assim sendo, é óbvio que esse bloco não tem patrocinador, ou as vezes até tem, as empresas que são alijadas do processo momesco, se aproveitam do bloco pra fazer seus merchans. O impressionante é que a democracia que existe dentro do bloco, e que deveria ser a mesma de todo o carnaval, vem sendo a todo momento colocada pra trás. Um bloco como o Mudança deveria ter total liberdade de desfilar em frente ao palanque oficial do carnaval, aonde estão as “autoridades” do mesmo modo que as outras agremiações, mas não, o que vemos é uma proibição, exigida inicialmente por um tal crooner careca, como citou em seu twitter o publicitário baiano Nizan Guanaes. O tal crooner em um determinado ano achou que foi prejudicado pelo Mudança na sua apresentação, uma vez que ele teve que adiar por alguns instantes o seu desfile. Ora, mas teoricamente o carnaval não é uma festa popular? Ou será que já privatizaram o carnaval de Salvador como fizeram com o do Rio de Janeiro?
Penso que os senhores donos de blocos e cantores de bandas (nem sempre são crooners, as vezes tem coisa muito pior) deveriam respeitar mais o povo que lhe dão fama e, diga-se de passagem, muito, mas muito dinheiro. O que vemos nos dias de hoje é um desrespeito para com o povo. O carnaval é feito para o povo. Tenho certeza que quando os senhores Dodô e Osmar pensarem e desenvolveram o Trio Elétrico, há 60 anos atrás, com certeza eles não pensaram no sucesso comercial que teria a sua obra prima, tanto que nem sequer registraram a sua patente. A idéia era que o povo se divertisse na folia. Mas o comércio tomou conta do Trio Elétrico, colocaram uma corda ao redor dele com muita segurança, se apropriaram do espaço público, e que se dane o povo.
O que acha de refletirmos melhor antes de pagar por um abadá?

Um comentário:

  1. A privatização do carnaval de Salvador acabou com a espontaneidade e a beleza da festa de rua. Devemos incentivar essas expressões mais genuínas durante o carnaval. Uma coisa que parece passar desapercebida é que o turista procura a singularidade quando vem a Salvador durante o carnaval.

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